ROMA, 25 de nov de 2013 às 09:00
O diretor nacional da Pastoral da Saúde da Conferência Episcopal Italiana, Pe. Carmine Arice, descartou que os gestos de amor e compaixão do Papa Francisco para com os peregrinos doentes façam parte de uma "estratégia de marketing" para melhorar a imagem pública da Igreja, mas simplesmente respondem a seu habitual modo de ser.
Em uma entrevista concedida ao Grupo ACI, o Pe. Arice, explicou que "o Papa Bergoglio não começou sua obra pastoral com o Pontificado", mas "sempre foi assim".
"O Papa Francisco sempre foi assim, e sempre teve muito claro que a Igreja tinha que ser pobre e para os pobres. O Cardeal Bergoglio, o Bispo Bergoglio, o sacerdote Bergoglio, já era assim quando vivia na Argentina, esse sempre foi o seu estilo de vida".
"É necessário abrir as mentes. Vemos uma Igreja relançada por isso, mas não quer dizer que isto seja uma ação para ganhar credibilidade na Igreja, mas este Papa testemunha com coerência, não busca a comodidade", afirmou.
O prelado italiano considera que durante o Conclave que escolheu o Cardeal Bergoglio, o Espírito Santo se fez sentir entre os cardeais por uma única razão, para "levar a Igreja a uma convicção".
"Quando chegou ao Pontificado, trouxe com ele a sua experiência, seu coração, e agora leva a Igreja para a sua convicção, que a Igreja só é Igreja se sair de si mesma para as periferias da existência".
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A fotografia de 6 de novembro em que o Papa abraça a Vinicio Riva, um italiano de 53 anos que sofre neurofibromatose – uma dolorosa doença neuronal que causa tumores na pele e nos ossos-, comoveu o mundo inteiro. Poucos dias depois, em 20 de novembro o Papa também surpreendeu a todos com um abraço a um homem desfigurado.
"O Papa faz isto porque ele diz que Cristo se oferece na Eucaristia e tocamos o rosto da carne viva de Cristo nos doentes", explicou o Pe. Arice.
Em outro destes gestos, em 9 de julho deste ano, o Papa Francisco viajou à ilha italiana de Lampedusa para consolar e escutar os testemunhos de centenas de imigrantes clandestinos que fugiram da África em busca de um futuro melhor.
Também convocou um dia de oração pela paz na Síria e no mundo inteiro no último dia 7 de setembro e congregou no Vaticano a mais de meio milhão de pessoas.
"Os gestos falam por si mesmos. Temos um Papa que nos fala através da palavra e através das ações simbólicas que são muito importantes, para afirmar a dignidade da pessoa humana intrínseca, permanente e incondicional", concluiu.